segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meia Entrada e a Elitização do Acesso à Cultura e Entretenimento

Com o intuito de possibilitar o acesso de estudantes universitários a eventos culturais surgiu a meia entrada. Estando o jovem universitário em formação ampla, que deve ir além dos conhecimentos puramente técnicos de sua área acadêmica, e, por vezes, impossibilitado de ingressar no mercado de trabalho, devido à carga horária que lhe é exigida pelo curso, nada mais natural e importante que criar mecanismos de os mesmos acessarem à cultura. Mas o que seria um mecanismo de inclusão, vem se tornando um mecanismo de exclusão, pois para garantir o benefício à meia entrada, os produtores estão colocando os ingressos a preços altíssimos, como podemos ver no Festival Lollaoalooza BR, que terá ingressos vendidos a R$ 500,00, ante os R$ 210,00 cobrados na edição chilena do festival, onde não haverá meia entrada. Como isso veio a acontecer? Vários fatores explicam isto. Primeiro, houve um crescente e desejado acesso ao ensino superior. Ora isso faz com que a população com direito a meia entrada devido estar cursando nível superior, aumentasse muito. Além disso, o fato (justo) de não se exigir mais a inscrição na UNE para o direito à meia entrada, facilitou muito o acesso ao benefício da meia entrada aos universitários. Além disso, devemos lembrar a extensão desenfreada do benefício da meia entrada a outros estudantes, tais como do Ensino Médio, cursos técnicos, pós-graduações, dentre outros. Agora também tivemos a expansão do direito à meia-entrada à 3ª Idade, sem nenhuma observância de critério sócio-econômico, é milionário, mas é idoso, tem direito à meia entrada.
Outro fator que explica isso também, é a facilidade de acesso a carteirinhas estudantis de certas entidades, que fornecem carteirinhas de estudante ainda que a pessoa só esteja cursando, sei lá, um curso de inglês.
Outra coisa que é de se questionar, o conceito de cultura. Será que um show de música, onde as pessoas vão para beber, arrumarem alguém para fazer sexo possa ser considerado como evento cultural? Será que um show de stand up pode ser considerado um evento cultural? Será que isso acrescenta algo à bagagem cultural das pessoas. Acredito que não. Um show popular é entretenimento, bem como um show de stand up. Não estou aqui desmerecendo os profssionais que atuam neste, porque vou a shows, vou a stand up, mas neste caso vou apenas para me divertir, quando quero me enriquecer culturalmente vou a outros eventos.
Por fim, deixo aqui uma questão, será justo um jovem de classe média, estudante, ter direito à meia entrada e um jovem da classe baixa, que tem de trabalhar e não teve condições de fazer uma faculdade, pagar inteira? Acho que não....
Tudo isso gera estas distorções, ingressos caríssimos, para bancar quem paga meia.Muitos eventos driblam isso, possibilitando o acesso de todos à meia, por exemplo, a quem doar um 1 kg de alimento, ou seja, cobram um valor de inteira alto, mas ampliam o escopo de quem tem direito à meia. Mas outros eventos não fazem isso, fazendo com que as pessoas que não tem direito a meia paguem o dobro do valor do ingresso do que se não houvesse meia inteira. Por que o direito à "meia entrada" de alguns acabou se tornando o dever de pagar "entrada dupla" de quem não tem o benefício. Veja o exemplo do Lollapalooza BR...
Só uma observação, eu tenho direito a meia entrada, como universitário, mas sinceramente, preferia ingressos a eventos culturais e os de mero entretenimento mais acessíveis a todos! Ainda que isso só pudesse ser alcançado com o fim da meia entrada.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Rosa Murcha

Texto: Livre adaptação de “Dona Rosita, A Solteira” de Federico Garcia Lorca



Direção: Alberto Bruno



Assistente de Direção: Priscilla Martins



Gênero: Drama



Classificação Indicativa: 14 anos



Elenco: Fernanda Wang (Tia Jovem), Johny Bruno (Tio Jovem), Kássia Gonçalves (Rosita Jovem), Lucas Sena (Senhor X), Mari Rabelo (Mãe da Solteirona), Sandro Mendonça (Ama), Yuri Hardman (Sobrinho).

Atores Convidados: Flávia Esperidião (Tia Velha), Kaka Soza (Rosita Madura) e Ph Amorim (Tio Velho).



Participação Especial: Priscilla Martins (Solteirona)



Apresentações: Sábado – 26/11/2011, às 21h00 e Domingo – 27/11/2011, às 20h00



Sinopse: Uma família feliz. O marido cuidando de suas flores, a esposa, com suas rendas, e uma empregada que é parte da família, e a jovem Rosita, sobrinha criada pelo casal, que é a luz e a alegria da casa. A família, mesmo com suas rusguinhas e implicâncias cotidianas. Rosita se sente feliz, pelo noivado com seu primo, outro sobrinho de seus tios. Mas eis que a felicidade não é eterna, e o noivo de Rosita tem de viajar para longe, para outro continente, para ajudar o pai. Mas uma promessa é feita, o noivo voltará para buscar Rosita, e esta esperará este dia. Mas o tempo passa, e nada de o noivo aparecer, e essa espera, pouco a pouco, vai tirando o brilho de Rosita, e com isto a alegria daquela família, outrora tão agradável.


Local das Apresentações:

CNEC – “Centro Cenecista de Educação Profissional Felipe Tiago Gomes”

SGAN 608 Conjunto C – L2 Norte

1. ENTRADA MEDIANTE A DOAÇÃO DE 01KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL OU DE UM BRINQUEDO.

2. OS CONVITES SERÃO DISTRIBUIDOS NOS ENDEREÇOS ABAIXO, RESPEITANDO O LIMITE DA LOTAÇÃO DO ESPAÇO (108 LUGARES).


RETIRADA DE CONVITES



SEDE DA COMPANHIA DA ILUSÃO

Endereço: SCRS 510 BL. C Entrada 18 – Sobreloja (W2 Sul)

De segunda à sexta das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00



TEATRO ESCOLA CNEC

Endereço: SGAN 608 – Conjunto C – L2 Norte

01 hora antes do início do espetáculo, respeitando o limite de lotação do espaço (108 Lugares).



INFORMAÇÕES: (61) 3242-3544 ou www.companhiadailusao.com.br

Jacques e a Reprodução

Texto: Livre adaptação de “O Futuro está nos Ovos” de Eugene Ionesco

Direção: Rodrigo Motta

Assistente de Direção: Érica do Vale

Gênero: Teatro do Absurdo

Classificação Indicativa: 12 anos

Elenco: Amanda de Luca (Jacques Avó), Bruna Cordeiro (Jacques Avô), Bruna de Freitas (Jacques Mãe), Daniela Scalabrini (Galinha 1), Gabriel Chaga (Jacques Pai), Laura Carvalho (Jacqueline), Miriam Jean Miller (Galinha 2), Ph Amorim (Jacques Filho), Rejane Bezerra (Roberte Mãe), Renato Carauta (Roberte II) e Wards Fogagnoli (Roberte Pai).

Apresentações: Quinta – 24/11/2011, às 19h30 e às 21h30.

Sinopse: Finalmente, para a felicidade dos Jacques, seres meio humanos, meio galinhas, Jacques Filho se casou, ainda que com uma noiva de 3 narizes, Roberte II. Mas para desespero dos Jacques, e agora dos Robertes, Jacques Filho e Roberte II não querem saber de se reproduzir e produzir, apenas de se namorarem. Ora, pra que serve um jovem que não reproduza e produza? A produção de ovos é a razão da existência, o grande sentido da vida, a vida existe simplesmente pra isso, produzir ovos. Desesperados, afinal já faz 3 anos que o casamento ocorreu, os Jacques e os Robertes não sabem mais o que fazer para seus filhos reproduzirem, o que causa um conflito entre as duas famílias. A situação é tão grave, que os Jacques apelam até para o falecido Jacques Avô na tentativa de convencer os jovens a reproduzir, mas Jacques Avô, bem, só quer saber de cantar.

Local das Apresentações:


CNEC – “Centro Cenecista de Educação Profissional Felipe Tiago Gomes”

SGAN 608 Conjunto C – L2 Norte

1. ENTRADA MEDIANTE A DOAÇÃO DE 01KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL OU DE UM BRINQUEDO.

2. OS CONVITES SERÃO DISTRIBUIDOS NOS ENDEREÇOS ABAIXO, RESPEITANDO O LIMITE DA LOTAÇÃO DO ESPAÇO (108 LUGARES).


RETIRADA DE CONVITES


SEDE DA COMPANHIA DA ILUSÃO

Endereço: SCRS 510 BL. C Entrada 18 – Sobreloja (W2 Sul)

De segunda à sexta das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00



TEATRO ESCOLA CNEC

Endereço: SGAN 608 – Conjunto C – L2 Norte

01 hora antes do início do espetáculo, respeitando o limite de lotação do espaço (108 Lugares).


INFORMAÇÕES: (61) 3242-3544 ou www.companhiadailusao.com.br

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Jacques, a Reprodução e a Coisificação do Ser Humano

Atualmente estou ensaiando duas peças na escola de teatro que curso, a Companhia da Ilusão, uma péça do gênero absurdo (Jacques e A Reprodução) e uma do gênero realista (A Rosa Murcha). De "A Rosa Murcha", peça que atuo como convidado, junto com a turma de nível 4, falo depois, agora gostaria de falar de "Jacques e A Reprodução", a peça da minha turma, de nível 3.

"Jacques e A Reprodução" é uma adaptação de "O Futuro Está Nos Ovos" do genial Eugene Ionesco. Como toda peça do gênero absurdo, não somos apresentados ao passado daqueles personagens (embora eles tenham aparecido em uma peça anterior de Ionesco, Jacques ou A Submissão), eles simplesmente estão ali, naquela situação. Não importa o que fizeram antes e nem importa o que eles farão depois, porque o antes e o depois deles não existem, eles são aquilo, aquele momento, eles foram reduzidos, planificados, a ocuparem aquela situação.

Talvez "O Futuro Está nos Ovos" seja ao mesmo tempo a peça mais estranha, mas também a mais clara em relação aos seus objetivos, e à mensagem que traz, que Ionesco escreveu. Por exemplo, "A Cantora Careca", o grande clássico do autor, para ser entendido, é preciso muito mais que assistir ao espetáculo, é preciso estudar e entender tudo o que permeou o processo criativo do autor.

O "Futuro" não! Na peça está ali, clara a sua crítica. Mas, isso não diminui a estranheza e o desconforto causado pela peça, porque ela é uma crítica "hepática" à nossa sociedade, à sociedade capitalista, produtivista,. consumerista, etc.

Os personagens, meio humanos, meio galinhas, são a grande representação disto. Ora, para que servem galinhas na nossa sociedade, para dar ovos e carne para os seres humanos. Uma granja, atualmente, é algo totalmente industrializado, mecanizado, se tratam os frangos como se eles não fossem seres vivos (aliás, de certa forma dada a artifciliadade da produção, do crescimento, de tudo, eles meio que realmente perdem esta característica...).

E assim é o homem também. O homem hoje perde sua individualidade para produzir. Sim, o ser humano nasce fadado a fazer dinheiro, a ser um profissional de sucesso, a trabalhar feito um condenado, muitas vezes em algo que não gosta, para, simplesmente, produzir, porque é isso que a sociedade espera dele.

Quantas vezes deixamos de fazer o que queremos, porque a sociedade nos obriga a fazer algo diferente? Quantas vezes somos obrigados a viver um processo estressante, que não nos agrada, que nos torna infelizes, porque é o que se espera de uma pessoa de tal idade, de tal sexo, etc.

A sociedade exige produção, exige consumo, e essa exigência passa a pautar nossa vida. Perdemos a individualidade, perdemos a humanidade. Viramos galinha, a servir para a alimentação do sistema capitalista.

Jacques Filho, meu personagem, é a figura mais emblemática de tudo isto, um rapaz, jovem, que queria somente ficar ao lado de sua amada Roberte II, mas que é separado dela e obrigado, contra sua vontade e a custa de sua felicidade, a produzir, produzir, produzir ovos, ovos e mais ovos. Ainda que para isso tenha sofrer. Afinal todos os seus ancestrais assim o fizeram, o seu sogro assim o fez, então é obrigação dele fazê-lo.

Apesar da montagem do diretor Rodrigo Motta puxar mais para o cômico, a peça em nenhum momento perde essa sua essência perturbadora, ácida e altamente crítica. Se o riso vir, vem da própria identificação das pessoas com aquela situação. Vem da própria verificação da pessoa com a sua galinização, sua coisificação. Vem da própria identificação das pessoas, que se sentem, muitas vezes, uma criança indefesa, mas que são obrigadas a produzir, produzir, produzir, e a cumprir seus papéis sociais estabelecidos pelos outros.

Vale muito a pena conhecer essa peça, que foge do lugar comum. Que no mais profundo absurdo, descreve perfeitamente a nossa realidade. Até porque, nada é mais absurdo que a realidade.

"Jacques e a Reprodução"

Livre adaptação de "O Futuro Está Nos Ovos" de Eugene Ionesco

Direção: Rodrigo Motta

Assistente de Direção, figurinos e cabelo: Érica do Vale

Maquiagem: Clara Morgado

Elenco: Amanda de Lucca, Bruna Cordeiro, Bruna de Freitas, Daniela Scalabrini, Gabriel Chaga, Laura Carvalho, Miriam Jean Miller, PH Amorim, Rejane Bezerra, Renato Carauta e Wards Fogagnolli.

Data: 24  de novembro de 2011 (quinta-feira)

Horário: 19h30 min e  21 h3 0min

Local: CNEC - "Centro Cenecista de Educação Profissional Felipe Tiago Gomes"
          SGAN 608, Conjunto C - L2 Norte - Asa Norte - Brasília-DF

Convites: Serão retirados, mediante doação de 1 kg de alimento ou 1 agasalho, respeitado o limite de lotação (108 lugares) nos seguintes locais:

               1. SEDE DA COMPANHIA DA ILUSÃO

                SCRS 510 BL. C Entrada 18 – Sobreloja (W2 Sul)
                De segunda à sexta das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00

             
                2. NO LOCAL DO ESPETÁCULO
                01 hora antes do início do espetáculo

Informações: (61) 3242 - 3544
Site: http://www.companhiadailusao.com.br/









sexta-feira, 15 de abril de 2011

Entrevista com o especialista em: Pacificação e táticas de guerrilha em ...

Daniel Obregon e eu improvisando na apresentação final da Oficina de Teatro-Esporte do Edson Duavy. Uma apresentadora de programa da tarde que passa às 2 h da madrugada entrevista um especialista em rebeliões em creches. Participação especial na cena de Alana Andrade, João Morgado e do meu amigo Yuri que joguei numa fria.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Retratar Período Histórico Não é Sinônimo de Qualidade

Lendo comentários sobre "Amor e Revolução", novela do SBT que aborda o período militar, pela  internet afora, li de muitos peseudos intelectuais que as pessoas criticam a novela porque são alienadas, não dão valor à aula de História que é a novela (novela é entretenimento, qualquer coisa a mais é adendo), que são viciadas na Globo, que tem preconceito com o SBT, que a novela é maravilhosa porque fala do período da Ditadura., e que as pessoas preferem se alienar com novelas sobre traiçõezinhas. Nada disso é verdade. As pessoas criticam, e eu me incluo, "Amor e Revolução" porque é uma novela ruim. Isso mesmo, "Amor e Revolução" é simplesmente ruim.
Não é porque uma novela aborda um período histórico e importante do Brasil que é uma boa novela. O período da ditadura já foi sim muito bem retratado dramaturgicamente em Anos Rebeldes. Mas em “Amor e Revolução” a coisa não funciona. Definitivamente Tiago Santiago não é um bom dramaturgo. Seu texto é piegas, extremamente didático e usa e abusa de frases de efeito e lugares comum. Além disso, a novela é protagonizada por atores medíocres, como Cláudio Lins, Graziela Schimitt e Nico Puig, e a direção deixa a desejar, tornando as cenas de ação um tanto quanto fake. Uma coisa simples como sangue artificial eles não estão conseguindo fazer, tem aspecto de groselha aquilo. Aliás, Tiago Santiago deveria dar as mãos ao Walcyr Carrasco, porque os dois tem um texto incrivelmente pobre, embora, quase sempre, criem tramas interessantes, só que tramas interessantes, sem um bom texto e um bom desenvolvimento não adiantam nada. O fato de “Amor e Revolução” ser ruim é esse, não basta retratar um período histórico, tem que saber criar personagens, criar tramas e acima de tudo escrever bons diálogos. Dizer que quem não gosta de “Amor e Revolução” é alienado, porque não valoriza uma trama que mostra a História do Brasil, são pseudos intelectuais, que acham que basta se revestir de pretensa seriedade, para um produto artístico ser de qualidade e alto nível. Pra mim, uma novela tem que ter qualidade dramatúrigica, seja histórica, dramática, cõmica, sobre dramas cotidianos e traiçõezinhas. Infelizmente, “Amor e Revolução” não tem qualidade dramatúrgica.